sexta-feira, 25 de março de 2011

Desabafo

Na aula de dança, dancei com uma amiga de lá e perguntei quem estava conduzindo,pois realmente não sabia. Ela estressou, falou que a dança não era a praia dela e quis ir embora. O professor contornou e dançou com ela. Depois dançamos juntas de novo. Fiquei falando pra ela não desistir,mas, no fundo achei que ela teve essa reação, porque tvz tenha interpretado como se eu tivesse perguntando em outros termos e não como se eu quisesse saber mesmo. Sei lá! Fiquei mal com isso. Triste,  senti-me rejeitada. Ativei o complexo e me deu vontade de chorar. Uma sensação de estar sozinha no mundo. Estranho demais. Nada a ver com a colega,mas,a reação dela mexeu comigo.
Meu coração está vazio. Não sei pra onde ir e nem o que fazer. Parece que perdi o trem e nem acho mais a estação. Essa sensação de estar sozinha,mesmo não estando e sabendo que não estou, é algo que dói lá dentro.  O coração está apertado no peito e uma angústia me sufoca. Quero ter uma vida melhor, diferente,próspera,mais sossegada e não sei em que porta ela está. Essa vida que quero está dentro de mim e não encontro. Só tenho desencontros, morro  e me cansa renascer com a lição aprendida. Quando isso acontece, recomeçar sem atinar por onde, dar esse tempo pra psique se reorganizar,me causa desconforto,fico solta e ôca. Hoje entendo o "Pinta Vai"! Pinta o ôco do côco... De que cor? Aonde estão as cores? Caio, levanto, me perco me acho e no final me esculacho. Que merda! Sinto-me feia,velha, sem graça,sem grana,sem viço e nesse rebuliço,me espreguiço sem amanhã. " O Senhor é meu Pastor e nada me faltará!" Estou perdida sim,mas sei que irei me encontrar. Um saco, um saco, um saco! A porta da fé vai se abrir. Deus me quer e eu o quero. Me mostra o caminho Pai,me perdoa se te abandonei,misericórdia!

domingo, 30 de janeiro de 2011

Amor Poeiril

Se você é uma mulher linda, carinhosa, criativa, sexualmente ativa, sabe dançar, é sensual, trabalhadora, bem humorada, não pega no pé, não é possessiva e nem ciumenta... Deve pensar que seu casamento e a recente maternidade estão garantidos pelo estado de graça do bebê e que agora seu marido vai segurar a barra da paternidade com muito amor...(Engano seu!)
Afinal, você alimentou o amor com o seu melhor se desdobrou para ser a esposa ideal. Tornou-se a esposa exemplar; aquela que trabalha, que fica bonita pra receber o maridão, cuidada desde unhas, cabelo, pele...Comida boa na mesa, roupa e casa em ordem, camisolas e calcinhas sempre sedutoras, dentes e sorriso espontâneos; sensual e criativa na cama com direito à surpresas inovadoras anti-rotina...Desempenhando muitos papéis. Depois da dieta quando seu corpo não está bonito, sente-se mal por não estar como era antes. Mesmo assim agora se desdobrando mais para dar atenção ao bebê e ao marido para que não sinta tanto as mudanças. Deve pensar que ele alimentará o amor, pois agora também é a vez dele te dar uma força, te por pra cima, te ajudar, te dar colo...
Pois é. Às vezes ele não agüenta. Começa a te por um monte de defeitos, mas não diz, fica descontente, mas não fala, fica menor, tanto quanto o bebê e você é culpada! Não conversa, não explica e aí vê uma porta larga. Tentado vai por ela. Lá tem uma garota que sente que ele precisa muito mais de receber do que dar e dá pra ele. O incompreendido, sem atenção justifica a traição culpando você de ter se apaixonado por outra.
Bem, a alma de uma mulher é complicada e o seu coração a engana. É capaz de assumir culpas que não tem , de conviver com o fracasso de ser trocada por uma fulaninha qualquer, perdoar e aceitá-lo de volta depois que ele acorda e se arrepende, em nome dos seus paradigmas e do amor. Outro tipo de mulher não perdoa, dá a volta por cima e refaz a vida ,mas, a marca está lá para lembrá-la. Penso aqui com meus botões que a alma de um homem desses é igualmente complicada:Escolhe a melhor,namora, casa com ela e a seguir começa a trair e isso dá um trabalhão danado. Mentir, enganar...Tão mais fácil seria dialogar e evitar perder a mesma família que construiu. Tão mais fácil seria crescer e amadurecer do que justificar seus atos culpando a mulher. Tão melhor seria amar com responsabilidade. A porta larga tem seu preço e barato não é não! Se você mulher é nota 10 seja pra você mesma,pois muitas vezes eles gostam daquelas que dizem que abominam: ciumentas,possessivas que pegam no pé, dependentes,que tolhem a liberdade, não respeitam o espaço deles...É justamente por essas que sentem-se amados ou pelas fulaninhas.

Elaine Barnes
26/01/2011

domingo, 15 de agosto de 2010

Morte em vida

O que estou querendo?

Essa ausência de alegria e esse pensamento na morte?
Choro sem pena, culpa de não encontrar o caminho e se ele está ali, não tenho clareza, força, energia, entusiasmo, motivação...Nada!
Essa tristeza, indignação pela preguiça de seguir está me matando.
O que me prende a Terra? Não consigo viver aqui sem utilidade, sem conseguir me manter.
O homem que mora dentro de mim me abandona, não me mantém, não me ama, simplesmente sei. A mulher que mora dentro de mim não aceita não se manter, não criar e não amar.Simplesmente sei. Sinto como se essa pessoa que habita em mim agora não fosse eu.
Como se estivesse possuída pelo desânimo. Onde está a coragem de outrora, a luta, as conquistas e a entrega?
Ela vem e recomeço e de repente é como se fosse sugada e o chão desaparece.
Procuro vigiar meus pensamentos, achar a saída de produzir uma nova realidade.
Perco-me em desequilibro e giro fora do eixo. Nada faz sentido, parece que perdi o significado das coisas. Sinto-me abduzida e fico ausente de mim.
Choro de dor por estar decepcionada comigo. Meu mundo encolheu, ficou do tamanho do meu quarto, só nele me sinto segura.
Aqui onde a realidade é ilusória, recolho-me em pensamentos de saída para que eu possa entrar em mim de novo.
O que estou querendo? Por que hoje pela primeira vez pensei em morrer e senti paz, sem medo?
Estranho sentir medo de viver e não de morrer. Tenho apanhado bastante e sangrado. Por que está difícil aprender a viver como outrora?
Que energia é essa? Nem parece que é minha.
Onde estou, para onde fui?

Elaine Barnes
15/08/10

domingo, 8 de agosto de 2010

Pertencer

Durante muitos anos sofri pela sensação de não pertencer a nada nem a ninguém. Um peixe fora d’água. Hoje sinto pertencer a mim mesma, porém, os ventos chegam e até acho bom, tenho sempre que melhorar minha realidade, mas, esbarro na minha preguiça que o vento trás.Olho pra ela e sinto tristeza.Busco a força e a coragem de novo.Recomeço e confesso que pertencer a mim também tem seu preço.

Construir um lugar para onde eu possa voltar ainda é uma dor. Quando penso que estou construindo vem o vento, viro pluma e fico a deriva sem entusiasmo pra pousar. Ainda não tenho pra onde voltar.
Fico atenta pra não me abandonar.
Pai afasta de mim esse cálice!
Dá-me força pra continuar a construir esse lugar dentro de mim, dentro de Ti...
Tenho que ir ao aconchego desse encontro. Preciso sentir a sensação de poder ir e ter pra onde voltar. Um porto seguro a me esperar.
O meu coração está sempre a plantar, mas não sabe construir. É órfão!

Meu coração é uma flor alada. Será que não tem pousada?

Elaine Barnes

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Cicatriz

Sem alinhavo,
Sem mais costura,
Uma cicatriz.
Lembrança de um caminho,
Ponto a ponto.
Fim da cruz,
Fim da tortura,
Ainda tontura.
Fantasmas da morte.
Muita sorte.
Preciso ir!
Sair da clausura,
Ilusão segura,
Medo de partir.
Um copo de veneno entre as pernas,
Cicuta difícil de ingerir.
Morrer pra descrenças internas,
E a preguiça de seguir.
Pra onde vai minha alma?
O que ela quer de mim?
Minha mente se embaralha,
Quando só quero ouvir.
Quero sentir me mais feliz.
Alma minha estou aqui!
O que fazer? Me diz!
Afasta de mim o cálice,
Da insegurança de partir.
Por onde ir nessa densidade?
Alma minha, quero sim te seguir!

Elaine Barnes

sábado, 31 de julho de 2010

Apêndice


Ah, esse conflito que obstrui a felicidade,


Esse medo sem maldade,

Esse bloqueio sem verdade...



Esse sapato velho sem utilidade,

Tantas coisas banais...

A decomposição das fibras vegetais,

Um dec de fezes mentais!



Mágoas trancadas,

Portas fechadas,

Sem vazão...

Sem perdão!



Um apêndice em explosão,

Sem função,

Perdido num ego de ilusão,

Agora jaz, agora jaz, agora jaz!



Verme pendurado,

Remoto, pré-histórico!



Invasão de estafilococos

Exigindo mudança.

Nova conduta mental,

Desbloqueio da vida,

Escolha de um novo ideal.

Coragem mansa, andança,

Sem tribunal.

Confiar na dança,

Da lembrança tribal!

Dançar com o medo

Em uma canção alto astral.

Confiar o temido segredo,

Expondo em partitura musical.


31/07/2010

Sobrevivência

 Fugi das encrencas,

De qualquer evidência,

Que estivesse ali.

Encolhi-me na coxia,

E fora da cena,

A corda eu subia.

Sem ver que sofri,

Dentro dessa covardia,

Eu nem aparecia.

Pintei a vida de boazinha,

E da maldade me escondi.

Do borralho fui a cinza,

Cinderela na fantasia,

De um baile que nem vi.