O que estou querendo?
Essa ausência de alegria e esse pensamento na morte?
Choro sem pena, culpa de não encontrar o caminho e se ele está ali, não tenho clareza, força, energia, entusiasmo, motivação...Nada!
Essa tristeza, indignação pela preguiça de seguir está me matando.
O que me prende a Terra? Não consigo viver aqui sem utilidade, sem conseguir me manter.
O homem que mora dentro de mim me abandona, não me mantém, não me ama, simplesmente sei. A mulher que mora dentro de mim não aceita não se manter, não criar e não amar.Simplesmente sei. Sinto como se essa pessoa que habita em mim agora não fosse eu.
Como se estivesse possuída pelo desânimo. Onde está a coragem de outrora, a luta, as conquistas e a entrega?
Ela vem e recomeço e de repente é como se fosse sugada e o chão desaparece.
Procuro vigiar meus pensamentos, achar a saída de produzir uma nova realidade.
Perco-me em desequilibro e giro fora do eixo. Nada faz sentido, parece que perdi o significado das coisas. Sinto-me abduzida e fico ausente de mim.
Choro de dor por estar decepcionada comigo. Meu mundo encolheu, ficou do tamanho do meu quarto, só nele me sinto segura.
Aqui onde a realidade é ilusória, recolho-me em pensamentos de saída para que eu possa entrar em mim de novo.
O que estou querendo? Por que hoje pela primeira vez pensei em morrer e senti paz, sem medo?
Estranho sentir medo de viver e não de morrer. Tenho apanhado bastante e sangrado. Por que está difícil aprender a viver como outrora?
Que energia é essa? Nem parece que é minha.
Onde estou, para onde fui?
Elaine Barnes
15/08/10